quarta-feira, 24 de junho de 2015

Crítica - Minions



Análise Minions

Review MinionsNem sempre aquele coadjuvante que chama atenção funciona bem quando você lhe dá uma história só dele. Isso aconteceu com o terrível Carros 2 (2011) que promoveu a protagonista o atrapalhado carro Mate e com Os Pinguins de Madagascar (2015), que, apesar de simpático, não evita em soar vazio e desnecessário. Este Minions padece do mesmo mal e é prejudicado ainda pela própria natureza dos personagens, desprovidos que qualquer arco narrativo, aprendizagem ou desenvolvimento de personagem tornam tudo um mero exercício de repetição que seria melhor empenhado em uma série animada ao invés de um longa metragem.


O filme se situa antes dos eventos do primeiro Meu Malvado Favorito (2010) e mostra a busca dos Minions, pequenas criaturinhas amarelas, em sua busca por um amo maligno a quem servir. A eleita é a supervilã Scarlet Overkill (Sandra Bullock/Adriana Esteves), mas trabalhar para ela pode não ser aquilo tudo que eles esperavam.

Além de ter um fiapo de trama que é relativamente parecido com o que os minions já faziam na franquia Meu Malvado Favorito (servir um supervilão), dando de cara a impressão de algo repetido, há também o problema de que eles não tem absolutamente nenhuma personalidade ou traço que os defina senão a aparência e assim fica difícil que nos importemos com eles. Em Meu Malvado Favorito tínhamos os arcos dramáticos da família de Gru para nos fazer aderir à narrativa, mas aqui isso simplesmente não existe e não temos qualquer motivo para nos importarmos com eles a não ser sua inerente fofura e a memória afetiva dos filmes anteriores. A vilã Scarlet Overkill também não contribui para o nosso engajamento, já que nunca vai além do estereótipo padrão do supervilão megalomaniáco.

O que atrapalha, no entanto, é a natureza esquemática da obra, na qual todas as cenas consistem dos minions serem requisitados a fazer algo e se atrapalharem durante a realização. Praticamente todas as cenas são variações disso e contam apenas com um humor físico pouco inventivo e que é telegrafado ao espectador com minutos de antecedência, de modo que é possível prever praticamente todas as piadas antes de acontecerem, o que transforma a comédia em um mero exercício de paciência. Temos alguns bons momentos como o início que mostra os primeiros "amos" dos Minions e também a convenção de supervilões e é uma pena que o filme não consiga manter o mesmo ritmo ou inventividade ao longo de sua duração. As cenas de ação também não funcionam muito bem e carecem da energia que se espera do universo fantástico e hiperbólico da franquia.

No fim das contas, o que sobra em fofura neste Minions falta em encantamento ou ritmo narrativo, resultando em uma experiência cansativa e arrastada.

Nota: 4/10


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